- Área: 160 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Lêda Brandão, Ana Roman
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Fabricantes: Indusparquet, Saint-Gobain, Vaimetal
Descrição enviada pela equipe de projeto. Alguns conceitos informaram o projeto, são eles: que fosse uma casa confortável, que a natureza fosse uma presença constante, e que os espaços fossem flexíveis permitindo mudanças de uso no curto e longo prazo.
A opção pelo tipo casa pátio, presente em todas as culturas, me pareceu a solução que melhor respondia a todos esses requisitos. A planta da casa é formada por uma colcha de retalhos que mescla espaços abertos e fechados. Um eixo levemente assimétrico faz a conexão entre os espaços tanto horizontal quanto verticalmente. Assim, entra-se nesse espaço integrado através de um pátio que além de um jardim reúne de um lado o abrigo de automóveis e de outro a área de serviço. Dele passa-se ao primeiro bloco coberto com as salas de jantar, cozinha e estar distribuídas em um espaço único, mas claramente zoneado.
As salas são ladeadas cada uma por um pátio repleto de plantas e árvores apesar da área relativamente pequena que ocupa. Entre os pátios um pequeno corredor dá acesso para um vasto salão múltiplo uso no qual além do atelier/escritório da arquiteta há espaço para aulas de desenho e aquarela e para a prática de yoga. O espaço do corredor também abriga a escada que leva ao pavimento superior onde se alojam uma biblioteca e o quarto, com o banheiro entre os espaços de forma a separá-los.
Essa divisão simples dos espaços permite sua utilização flexível de imediato, mas também permite que no futuro os espaços possam ser subdivididos para conformar um bloco de dois pavimentos com 3 quartos, 2 banheiros e a biblioteca que pode se transformar em quarto de vestir ou escritório. Para isso estão previstos os encanamentos e as paredes em drywall facilitam as transformações.
A alternância de espaços abertos e fechados cria grande expansão visual, mas ao mesmo tempo mantem certa privacidade. Este conceito vale tanto para a relação entre os espaços da casa quanto para a relação entre a casa e a rua. Embora seja uma casa toda de vidro, ela não é devassada por quem passa na calçada.
Aliás, todas as aberturas da casa foram pensadas de forma a criar um equilíbrio entre o dentro e o fora, o conforto térmico e a quantidade de luz. Como a premissa fundamental era a presença constante da natureza, escolheu-se a utilização extensa de vidro. Ao mesmo tempo, para reforçar a ideia de contato com a natureza e de conforto e bem-estar julgou-se essencial a entrada abundante de luz natural.
Assim, foram criadas entradas de luz zenital sobre a cozinha, o lavabo, a banheiro e a biblioteca. São entradas que também garantem a ventilação constante dos espaços. São elas aliadas das plantas e árvores que com sua sombra ajudam a amenizar a entrada de calor que de resto seria muito grande dada a quantidade de vidro em todas as faces da construção.